No último dia 5 de maio,o presidente do SINTEST-MG, Claudio Ferreira, compôs a mesa diretora da 12ª Jornada Nacional de Debates. Realizada no auditório do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais e promovida pelo Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a conferência reúne as centrais sindicais nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre os meses de abril e maio.
Neste ano,"Os desafios das negociações coletivas no cenário de crise" foi o tema escolhido. Nas falas dos sindicalistas a preocupação com o fato de crise econômica apontar para mais resistência dos patrões em atender às demandas dos trabalhadores e a descumprir as convenções e acordos coletivos, como denunciou Luiz Gonzaga de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Contagem, Ibirité, Sarzedo, Mário Campos e Esmeraldas (Sinticomc), que representou a Força Minas no encontro.
PARCELAMENTO DE RESCISÕES
O presidente do Sinticomc também acusou as empresas de dispensar os empregados sem o devido acerto rescisório e reclamou que a Justiça vem concordando em parcelar rescisões em até vezes. Ele justificou a ausência do presidente da Força Minas, Vandeir Messias, por estar liderando uma greve em Betim, desde as primeiras horas daquele dia, ocasionada pelo corte de benefícios. Messias preside o Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de Belo Horizonte e Região (SindLuta).
A combinação entre as crises política e econômica, com o andamento do processo de impedimento da presidente da república foi abordado pelos dirigentes sindicais, como Giba, da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), que alertou para o fato de mais de um terço da base metalúrgica mineira estar desempregada. Também Antônio da Costa Miranda, presidente da Federação dos Rodoviários de Minas Gerais (Fettrominas) e da Nova Central mineira (NCST-MG) apontou a existência de uma crise moral nos governos e no parlamento, mas fez apelos à unidade da ação entre as centrais sindicais.
ECONOMIA EM UM MUNDO DE INCERTEZA
Supervisor do DIEESE-MG, Fernando Duarte apresentou o quadro da economia brasileira em 2015, cujo desempenho, no geral, foi negativo,fato que impôs dificuldades e perdas para a população trabalhadora.O DIEESE analisou reajustes de 708 unidades de negociação da indústria, do comércio e dos serviços de quase todo o país, observando que cerca de 52% dos reajustes salariais tiveram ganhos em relação ao INPC/IBGE; 30% foram equivalentes ao índice, e 18%, abaixo. É o resultado mais desfavorável para os trabalhadores desde 2004.
CRISE NÃO AFETA BANCOS
Apesar do cenário adverso da economia, os cinco maiores bancos do país mantiveram comportamento positivo em 2015. Para as duas principais instituições privadas, os lucros foram os maiores da história do Sistema Financeiro Nacional. No entanto, pelo lado do emprego, todos os bancos tiveram redução.
Fonte: Força Sindical