O Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil e o Laboratório de Nanoespectroscopia da Universidade Federal de Minas Gerais (LabNS/UFMG) fecharam um convênio de cooperação para estudo conjunto de nanociência e nanotecnologia no Brasil. O principal objetivo da parceria é investigar novos materiais, conceitos de dispositivos e métodos de medição em nanoescala (escala molecular) para o desenvolvimento científico e tecnológico de futuras aplicações industriais em recursos naturais, especialmente na área de óleo e gás.
Há três anos, a IBM trabalha no Brasil em estudos de nanociência e nanotecnologia e em modelos computacionais focados na interação de materiais líquidos e sólidos no segmento petroleiro. O foco é usar a nanotecnologia para ajudar a indústria a extrair mais óleo das rochas nos poços de petróleo. Com o acordo, esse conhecimento será unido à experiência em instrumentação científica do LabNS para construção de equipamentos e métodos que viabilizem a aplicação desta pesquisa no mercado. Os laboratórios pretendem utilizar nanociência e nanotecnologia para aumentar o volume de produção nos campos de exploração de petróleo, diminuindo perdas e o custo energético, já que hoje as taxas médias de recuperação no mundo são de apenas 30%. "A nanotecnologia tem demonstrado sua importância para o futuro das nações", afirma o professor, doutor e coordenador do LabNS, Ado Jorio. "A instrumentação aplicada à nanotecnologia é um campo estratégico por ser à base de uma indústria de alto valor tecnológico agregado, que possibilita a criação de novos empregos que exigem elevado grau educacional, podendo gerar melhoria na qualidade de vida da população. “Nesta parceria, estamos aproximando nossos conhecimentos específicos para a criação de novos equipamentos que têm potencial para impactar todo esse ecossistema", completa.
O segmento de óleo e gás será o primeiro a ser beneficiado pelo projeto, mas o acordo permite adicionar novos programas técnicos e, no futuro, incluir outras áreas de pesquisa, como biotecnologia e a saúde. "Isto irá permitir que a IBM e a UFMG reforcem sua parceria estratégica, tornando um importante exemplo de pesquisa colaborativa entre a indústria e a universidade no País", comenta o gerente de pesquisa na área de Ciência & Tecnologia para Aplicações Industriais do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, Mathias Steiner. Sobre o LabNS foi criado em 2006 no Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFMG. A divisão trabalha na formação de recursos humanos e no desenvolvimento de ciência e tecnologia com ênfase em espectroscopia óptica e instrumentação científica. Hoje, o LabNS atua em ciência básica e aplicada com trabalhos em cooperação com diversos outros institutos de pesquisa no Brasil e no exterior, com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Instituto de Ciência e Tecnologia em Medicina Molecular (INCT-MM) e outras empresas.
O grupo de pesquisadores que compõe o LabNS se estabeleceu internacionalmente por meio da aplicação da espectroscopia óptica no estudo e caracterização de nanoestruturas de carbono e materiais de baixa dimensionalidade. Foi responsável pela implantação do primeiro microscópio óptico de campo próximo com resolução recorde de 10nm no hemisfério sul do planeta, superando a limitação imposta pelo fenômeno de difração.
Fonte: Canal Tech 16/04/16