Na tarde dessa segunda-feira, 29, CBS -MG e SINTEST-MG, representadas pela diretora Leda Santos, assim como outros Sindicatos e Centrais Sindicais, estiveram na sede da UGT-MG para criação de uma rede de assistência e proteção ao aposentado mineiro, Carlos Geovani Cirilo, vítima de bala de fogo durante a manifestação “Ocupa Brasília”, ocorrida no dia 24 de maio.
Em protesto às reformas do governo Temer, nosso companheiro Geovani, como ele é carinhosamente conhecido, foi baleado no maxilar e indícios apontam que a bala tenha vindo de arma de fogo. Nosso companheiro continua internado em estado grave no Hospital de Base, na capital federal. Ele é aposentado do Hospital João XXIII, de Belo Horizonte, e da coordenação dos aposentados da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG).
Medidas
Foi deliberada ontem por nossas Centrais a publicação de uma nota conjunta de solidariedade e, principalmente, de repúdio à violência policial, exigindo a exposição detalhada dos fatos e punição dos culpados (veja logo a seguir). Além disso, uma carta será encaminhada ao governo de Minas, cobrando medidas urgentes do Estado acerca do ocorrido, exigindo participação efetiva do Governo aos cuidados necessários à recuperação de Geovani.
Quanto ao apoio médico, as Centrais solicitarão ao também Governo de Minas que seja disponibilizado um médico da rede pública do Estado a fim de acompanhar de perto o tratamento.
Será realizada hoje, 31/05, a partir das 19h, no plenário 14 da Câmara dos Deputados, uma plenária com representações dos movimentos sociais, centrais sindicais, entidades de direitos humanos, ativistas contra a violência arbitrária em Brasília, que persegue e criminaliza os movimentos sociais. Além de Geovani, foram 49 feridos e, entre eles, outro mineiro, estudante da Universidade Federal de São João Del Rei, que perdeu a visão de um olho após ser atingido por uma bala de borracha.
Familiares de Carlos Geonavi Cirilo também se farão presentes na plenária e espera-se que ao final da plenária seja construído um documento em nível nacional de combate ao autoritarismo de práticas que negam ao povo o direito de se manifestar livremente. Tal documento será enviado aos órgãos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Na Assembleia Legislativa de Minas já há um pedido para a realização de audiência pública.
Ademais, as centrais sindicais planejam realizar um ato público na capital mineira em solidariedade às vítimas da repressão em Brasília. Tão logo que tenhamos data e horários acertados, divulgaremos aqui e demais meios de comunicação de nossas entidades.
NOTA DE SOLIDARIEDADE AO APOSENTADO CARLOS GEOVANI CIRILO - ASTHEMG/SINDPROS-MG E DE REPÚDIO À VIOLÊNCIA DA POLÍCIA DE BRASÍLIA/DF
As centrais sindicais abaixo subscritas vêm a público prestar solidariedade ao aposentado mineiro Carlos Geovani Cirilo, ferido gravemente durante a manifestação realizada em Brasília/DF, no dia 24/05/17, e se colocam à disposição dos familiares para o apoio necessário neste momento difícil e de dor para todos.
Ao mesmo tempo, condenam veementemente o uso excessivo e arbitrário de força e os atos de violência praticados pela Polícia do Distrito Federal. Foram, ao todo, 49 feridos, atingidos por cassetetes, gases pimenta, lacrimogêneos, bombas de efeito moral e balas de borracha.
Há suspeita, inclusive, de uso de armas letais. Nosso companheiro Carlos Geovani, aposentado do Hospital João XXIII, de Belo Horizonte, foi ferido no maxilar e há indícios de que a bala tenha partido de arma de fogo. Ele continua internado no Hospital de Base, na capital federal.
Em Brasília estavam milhares de pessoas - de movimentos sindicais, sociais, populares e estudantis - para pacificamente protestar contra as reformas nefastas de o governo Temer e defender um futuro digno para todos. Estavam ali exercendo sua liberdade de opinião e de expressão, garantidos e legitimados pelas sociedades democráticas.
O que se viu, no entanto, foi um campo de guerra, provocado por agentes infiltrados; escalados sabe-se lá por quem. Ironicamente, tentam, de todas as formas, responsabilizar e criminalizar o movimento sindical.
Exigimos das autoridades - governo federal e governo do Distrito Federal - que apurem os fatos com rigor. Da mesma forma, cobramos uma participação ativa e incisiva do governo de Minas Gerais para que o Estado se manifeste publicamente e exija investigações sérias e isentas.
Não aceitamos a violência como forma de intimidação. A truculência do governo não vai nos calar. Não desistiremos de lutar por um país justo e voltaremos às ruas quantas vezes for necessário. Nenhum direito a menos! Fora Temer.
UGT-MG, CUT-MG, NCST, CTB, CSP Conlutas, CSB, CGTB, Força Sindical e Intersindical
Fonte: com informações centrais sindicais